quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

bloco misterioso

Era uma vez um grupo de amigos chamados Rita, Paulo, Bruna, Rafael e Ana Filipa.
A escola onde eles andavam era dividida em quatro blocos. Eram demasiados portanto. Como tal, não havia professores suficientes para se dar aulas nesse bloco. Como não era usado para nada, os professores começaram a ir para lá preparar as suas aulas.
Quando o grupo de cinco amigos deu conta de que isso acontecia, ficaram com curiosidade em saber o que tão misterioso tinha aquele bloco, já que nunca tinham visto os professores saírem de lá. Eles no início apenas achavam que, por coincidência, nunca tinha acontecido. Mas, passado algum tempo, começaram a estranhar imenso. Já não podia ser coincidência. Algo se passava. A verdade é que nunca ninguém tinha visto sair de lá algum professor. E também era verdade que eles não voltavam à escola para dar aulas. Mas era impossível saber o que se passava, porque qualquer pessoa que lá entrasse, não voltava a sair. Simplesmente desapareciam sem deixar qualquer rasto...

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

a cicatriz

Havia um casal que era muito feliz. Eles já não eram tão jovens e tinham acabado de ter sua primeira filha, e gostavam muito dela. Porém, aos dois meses de idade, a mãe estava brincando com ela no berço e foi pegar a mamadeira, na cozinha. Quando voltou, notou, assombrada, uma cicatriz enorme no rosto do bebê. Ela ficou apavorada. Chamou o marido e eles logo correram pro médico. Estranhamente, o bebê não chorava, nem sequer parecia estar sentindo dor. Era como se aquela cicatriz já existisse faz tempo. O médico examinou o bebê, e tranqüilizou os pais. Não havia nada de errado. Pediu alguns exames, que comprovaram o que ele dizia. A saúde do bebê estava ótima. A menina cresceu, e tinha outras cicatrizes pelo corpo, por isso só usava roupas compridas. Certo dia, a mãe levou-a a escola. Elas tinham que passar por um atalho, que passava num trilho de trem, onde sempre estava sentado um velho senhor, que olhou atentamente a garota. A garota começou a passar muito mal, e quando se afastou do local, logo melhorou. Mas quando chegou à escola, as outras meninas riram de sua cicatriz e ela voltou correndo aos braços de sua mãe. O tempo passa, e a garota se conforma com suas cicatrizes.

Ela já está com vinte anos e continua na mesma escola. Todos os dias, ela passa no atalho do trem, onde o velho continua sentado e olhando para ela, e passa mal. Ao se afastar de lá, ela melhora. Até que um dia ela não agüenta mais. Está muito atormentada e decide ir ao médico novamente, que mais uma vez lhe garante que sua saúde está perfeita. Ela decide dar um basta nisso tudo. Agora ela vai mudar o caminho. Irá fazer o caminho mais longo, mesmo que tenha que atravessar a cidade inteira. Porém, nesta noite, ela sonha com um trem. Acordando mais cedo, ela faz o caminho mais longo e fica feliz, pois não passou mal.

Mas nessa noite ela novamente sonha com o trem, e por isso acorda atrasada. Ela não podia faltar na escola, e decide seguir o atalho do trem. Ela faz isso, e, como sempre, passa mal.

Chegando na escola, ela já está desesperada, e resolve desabafar. Conta tudo à sua melhor amiga, que resolve que elas juntas, descobririam o motivo do mal estar. Na volta, elas seguem até o trilho do trem, onde o velho senhor fica sentado, e a garota começa a passar mal. "O que o senhor faz com a minha amiga pra ela passar mal?!", pergunta a amiga - "Eu?! Eu não faço nada! Mas eu sei porquê ela passa mal! Vocês querem saber?" - Elas afirmam que sim, e o velho senhor entra em sua casa e traz um recorte de jornal. Chocadas, elas olham. "Não, não pode ser!" A manchete, de vinte anos atrás, é a seguinte:
- "Jovem garota morre atropelada no trilho de trem. Acidente marca o fechamento da estação ferroviária”.

A jovem foi atropelada naquele trilho de trem, e morreu com uma enorme cicatriz no rosto, e outras em diversos outros locais do corpo. Todos que viam a garota afirmavam que ela era completamente idêntica à falecida jovem. Ela era a reencarnação da jovem que morreu atropelada.

a visão

Um jovem rapaz havia sido atropelado, e estava no leito do hospital, na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo). Seus pais estavam desesperados, e os médicos, desolados. Não havia salvação, ele iria morrer. A mãe não se conformava, ela amava muito seu único filho. Ela começou a rezar, com muita fé. Até que o jovem abriu os olhos: Ele sobrevivera, como que por milagre!
Após mais umas horas em observação, os médicos constataram que ele estava completamente recuperado, e deram alta ao jovem. Ele voltou para casa com os pais e foi dormir, estava muito cansado.

Nessa noite, ele sonhou com uma garota se afogando, e em seguida, com uma ambulância. Ele acordou assustado, mas não deu muita importância ao fato. No dia seguinte, seus amigos apareceram, felizes por vê-lo recuperado. Eles o convidaram para ir ao clube, e eles foram.

Eles conversavam despreocupadamente no clube, à beira da piscina, quando ouviram gritos. Uma jovem garota se afogava.

Um salva-vidas logo a socorreu, mas o jovem ficou muito espantado. Seu sonho havia se concretizado! Ele ficou muito preocupado. Voltou para casa e falou com a mãe. Ela disse que não era possível, devia ser uma simples coincidência, mas o jovem continuava desesperado. Por fim, ele decidiu dormir, enquanto a mãe se preocupava com a sanidade do filho, e se indagava se tinha algo a ver com os remédios.

Antes de dormir, o jovem ligou para seu médico, perguntando sobre os remédios. O médico o tranqüilizou, dizendo que os remédios receitados não causavam alucinações. Então o jovem dormiu. Ele sonhou com um assalto. Um senhor era baleado, enquanto os assaltantes fugiam e aparecia a polícia. Em seguida, viu a ambulância.

No dia seguinte, uma amiga o convidou para passear no parque. Eles passeavam tranqüilamente, quando se deparam com a cena: Um senhor caído no chão, enquanto dois policiais chegam correndo. O jovem fica transtornado. Aconteceu de novo!

Ele sai correndo, sem dar nenhuma explicação à amiga.

Chegando em casa, contou tudo à mãe, que ficou aflita com seu pesadelo. Ela ligou para o médico, que novamente disse que isso não era nenhum efeito dos remédios. O jovem passou o dia preocupado, até que foi dormir, à noite, já um pouco mais calmo.

Essa noite, ele sonhou apenas com a ambulância. Ele acordou desesperado. Será que iria sonhar com a ambulância todos os dias?! Mas até esse dia, ele ainda não tinha visto a ambulância dos sonhos nenhuma vez. Ele foi falar com a mãe, que ficou ainda mais preocupada. Eles decidiram ir falar pessoalmente com o médico. Foram de carro.

A mãe estacionou o veículo no estacionamento do hospital, e, enquanto ela trancava a porta e pegava as chaves, o jovem foi caminhando na frente. Porém, enquanto andava, surgiu um homem encapuzado de atrás de um dos carros, e atirou.

O tiro deveria acertar uma outra pessoa, mas acertou o jovem, que caiu desacordado. A mãe, com um grito correu para acudi-lo. O jovem foi colocado numa maca, dentro de uma ambulância, mas já era tarde demais. Ele não sobreviveu. A ambulância que ele via em todos os seus sonhos era sua própria morte.

A criança

Havia um casal de jovens recém-casados. A mulher estava grávida, e eles estavam muito felizes com a vinda de seu primeiro filho. Eles compraram muitas coisas para o bebê. O quartinho já estava todo montado. Entre as coisas que eles tinham comprado, havia uma mamadeira, um ursinho de pelúcia e vários outros brinquedos, móbiles, o bercinho, e até um quadro para enfeite, onde estava uma criança, uma menina, num balanço.

A gravidez já estava em estágio adiantado, quando, um dia, a mulher estava no quartinho do futuro bebê, olhando as coisas.

De repente, ela começa a sentir fortes dores e cai sentada no chão. A dor é muita, ela nem consegue se levantar, apenas gritar. Ouvindo os gritos de sua mulher, seu marido corre ao quarto ver o que está acontecendo. Ele fica muito preocupado, e imediatamente a carrega para um hospital. Chegando lá, ela é prontamente atendida e seu marido fica na sala de espera, angustiado. Até que finalmente chega o médico, com notícias.

Infelizmente, ela havia perdido o bebê. Nos dias que se seguem, a mulher fica inconsolável. Seu marido também, mas, ele procura não demonstrar para consolá-la. Eles poderiam ter outro filho no futuro...

Ainda assim, ela continua pensando na criança que perdeu. À noite, já dormindo, ela começa a ouvir o choro de uma criança.

Acorda. Deve ter sido um sonho... Devido a ela ter perdido seu bebê recentemente. Mas o choro continua, mesmo após ela ter acordado! Ela deve estar imaginando coisas... Tenta acordar o marido, mas ele dorme profundamente. O choro pára. Ela realmente deve ter imaginado coisas... E dorme novamente.

Na noite seguinte, novamente o choro. Ela começa a ficar desesperada. Será que vai ouvir esse choro todos os dias?!

Tenta acordar seu marido, mas ele não acorda! Então ela resolve andar pela casa, pra ver se acorda de vez e o choro pára.

Ela vai até o quartinho que seria o quarto do bebê. Lá chegando, ela olha as coisas, pega a mamadeira... Até que olha para a estante e leva um susto. A criança, a menininha que estava no balanço, havia desaparecido. Restou no quadro apenas um balanço, balançando no ar, sozinho. Sem ninguém.